Geografia
Ilha alongada que com 56 Km de comprimento apenas tem 8 Km de largura máxima. São Jorge tem uma área de 246.25 Km². Criada por sucessivas erupções vulcânicas em linha reta, de que restam crateras, a sua plataforma central tem a altitude média de 700 m, com o ponto mais elevado a 1067 m. A costa, escarpada e quase vertical, sobretudo a norte, é interrompida por pequenas superfícies planas costeiras – as fajãs. Está situada a 28º 33′ de longitude oeste e a 38º 24′ de latitude norte.
História
O descobrimento e povoamento da ilha estão envoltos em mistério. A primeira referência a São Jorge data de 1439 e sabe-se que, cerca de 1470, quando já existiam núcleos de colonos nas costas oeste e sul e a povoação de Velas fora fundada, veio para a ilha o nobre flamengo Wilhelm Van der Haegen, que, no Topo, criou uma povoação onde veio a morrer, com fama de grandes virtudes, já com o seu nome traduzido para Guilherme da Silveira.
Rápido deve ter sido o povoamento da ilha, com gentes vindas do Norte do continente, bem como a sua prosperidade, pois a sua capitania era doada, em 1483, a João Vaz Corte Real, donatário de Angra, na Terceira, e Velas recebia foral de vila antes do final do séc. XV. Topo era sede de concelho em 1510 e Calheta em 1534, demonstrando a vitalidade de uma economia que, além da vinha e do trigo, tinha no cultivo do pastel e na colheita da urzela, exportados para a Flandres e outros países da Europa, e usados na tinturaria, as suas principais produções.
A crise dinástica provocada pela subida ao trono de Portugal do rei Filipe II de Espanha teve os seus reflexos em São Jorge, que, como a ilha Terceira, tomou o partido do pretendente D. António, prior do Crato, só vindo a capitular frente aos espanhóis após a queda da Terceira, em 1583.
Segue-se um período de séculos em que a ilha se mantém quase isolada, o que se deve atribuir ao abrigo precário que os seus portos ofereciam aos navios, à sua limitada importância econômica e mesmo assim é sujeita a ataques de corsários ingleses e franceses durante os séculos XVI e XVII, e às devastadoras raízes dos piratas turcos e argelinos.
No final do século XVI, uma secção da esquadra sob o comando do Conde Essex desembarca na enseada da Calheta. Para repeli-la os habitantes arremessam pesadas pedras – únicas armas de que dispunham – e um soldado chamado Simão Gato acomete o oficial da força inimiga, derruba-o e arranca-lhe a bandeira.
No século XVIII, o corsário francês Du-Gnay-Trouin apoderar-se de um navio mercante, é rechaçado pelos tiros da fortaleza da Calheta. Outras calamidades afligem São Jorge: são as privações e crises de alimentos em maus anos de colheita, desde o século XVI ao século XIX, os sismos e erupções vulcânicas de 1580, 1757 e 1808.
O isolamento do passado tem vindo a ser quebrado com as obras realizadas nos dois principais portos – Velas e Calheta – e o aeroporto, abrindo a São Jorge novos horizontes de prosperidade e progresso, para o que conta com a integral utilização dos seus recursos naturais, a expansão da pecuária e dos laticínios, da pesca e da indústria de conservas.