HISTÓRIA

Uma das principais características do povo açoriano é a imigração e foi no século XX que atingiu suas maiores taxas, principalmente para os EUA, mas também em grande número para o Brasil. Na década de 1950 o Estado do Rio de Janeiro já contava com mais de 30.000 açorianos, concentrados principalmente na capital, empresários e comerciantes.

A intenção de reuni-los num grêmio ou clube para preservar as práticas e a cultura açoriana já existia, mas faltava uma figura que os reunisse e incentivasse. Esta pessoa foi o escritor e intelectual de origem açoriana que se destacou como romancista, Vitorino Nemésio. Em sua primeira passagem pelo Brasil em 1952, deixara sua marca na História do povo açoriano em solo fluminense e dos cariocas, ao incentivar a formação de uma Casa Regional que congregasse os açorianos e suas praticas culturais.

Em 17 de Julho de 1952, reuniram-se no Centro Trasmontano (tradicional Casa Portuguesa estabelecida na Tijuca) um grupo de açorianos com este fim e lá a ideia transformou-se em fato. Com um brilhante discurso patriótico de Vitorino sobre o encanto das Ilhas e sobre o sentimento de solidariedade que deveria unir o povo açoriano nascia à Casa dos Açores. Futuramente, os vinte e seis presentes nesta reunião se tornariam Sócios Iniciadores, como consta no Estatuto da Casa dos Açores, e Vitorino Nemésio se consagraria Presidente de Honra.

Na primeira Ata consta que o Presidente do Centro Trasmontano Francisco Cunha, oferece a presidência da reunião a Nemésio, o que é acatado com palmas de todos os presentes. Em 14 de Agosto de 1952, a segunda reunião foi marcada, contando com a presidência de Vitorino Nemésio, e nela ficaram acertados os assuntos burocráticos relativos ao Estatuto. Através de vários jornais da época, foram convocados todos os Açorianos do Estado do Rio para se associar e devido ao grande número de jornais que publicaram algo sobre a Casa Regional, as notícias sobre a Casa dos Açores se espalhavam com facilidade. Dentre os jornais que noticiaram o fato estavam: O Globo, A Noite, Tribuna de Imprensa, Voz de Portugal, O Mundo Português, O Estado (Niterói), Diário de S. Paulo, Diário do Povo, Jornal do Brasil e até nas ilhas como no Diário dos Açores.

O próximo passo era fundar uma sede própria, algo que foi buscado com afinco e graças a uma série de doações, festas e churrascos, à Diretoria da Casa dos Açores adquiria em leilão sua tão sonhada sede e em tempo recorde pelos açorianos associados, apenas 04 (quatro) meses após a fundação. Localizada na Av. Melo Matos, número 25 ao lado do Centro Trasmontano, e a partir disto todo o trabalho passou a ser dedicado à reforma do prédio da sede, enquanto isso as festas continuavam a ser realizadas na Casa de Trás-os-Montes. A inauguração da Sede Própria da Casa dos Açores ocorreu menos de 02 (dois) anos depois de sua fundação, em 24 de Abril de 1954, e foi noticiada em vários jornais, inclusive nos Açores.

Após a reforma da Casa, o Salão Nobre ficou intitulado Vitorino Nemésio, em homenagem ao nosso presidente de honra, idealizador e realizador desta Casa.